Ainda importa? Campeões têm 2016 fraco e reacendem discussão sobre estaduais. Atlético-PR, Chape e Santos são únicos que fazem bom segundo semestre
Por Caio Filho
Rio de Janeiro
Tradicionais no futebol brasileiro, os Campeonatos Estaduais não tem hoje a mesma força de outrora. As rivalidades caseiras costumam esquentar o primeiro semestre nas decisões, mas sem o mesmo brilho de antigamente. E, em 2016, os campeões não tiveram lá tanta sorte nas competições nacionais, reacendendo a discussão sobre a importância dos títulos dentre os grandes clubes do país.
Ainda importa? Campeões estaduais têm 2016 fraco e reacendem discussão sobre regionais (Foto: GloboEsporte.com)América-MG
O início de ano não poderia ter sido melhor para o América-MG. O título do Mineiro após quinze anos de espera chegou em grande estilo: nas semifinais, o Coelho eliminou o rival Cruzeiro, antes de vencer a grande final sobre o poderoso Atlético-MG. Apesar disso, no Brasileirão, o América não conseguiu repetir as atuações inspiradas do Estadual e segurou a lanterna por grande parte do campeonato. Com muitas trocas no comando e no elenco, o time acabou rebaixado com três rodadas de antecedência.
Santos
O Santos começou 2016 de vento em popa. O título paulista - o sexto em 10 anos - veio após ótima campanha na primeira fase e emocionante disputa de pênaltis contra o Palmeiras, vingando a Copa do Brasil de 2015. A vitória na decisão sobre o surpreendente Audax coroou a continuidade do trabalho de Dorival Júnior, desde julho de 2015 no comando do Alvinegro. A fórmula do primeiro semestre deu certo e hoje, o Santos é o vice-líder da competição e já está garantido na Taça Libertadores de 2017.
Santos venceu o Paulista e faz ótimo Brasileirão. Será a diferença técnica da competição? (Foto: EDITORIA DE ARTE)Atlético-PR
Diferente de outros campeões estaduais, ano de 2016 tem sido muito bom para o torcedor do Atlético-PR. Tudo começou em uma grande campanha no mata-mata do Campeonato Paranaense, onde o Furacão eliminou o tradicional Londrina e o rival Paraná antes da decisão com o Coritiba. Sete anos depois, o Rubro-Negro voltou a vencer o Estadual. Vice da Primeira Liga, o Atlético faz ótima campanha no Campeonato Brasileiro, onde é quinto colocado e está próximo de garantir vaga na Taça Libertadores de 2017.
Santa Cruz
Após passar pelos dois grandes rivais na semi e na final do Campeonato Pernambucano, o Santa Cruz chegou ao bi estadual e de quebra levou a Copa do Nordeste pela primeira vez. O ano se desenhava ótimo para o Tricolor, que tinha na entrosada dupla Keno e Grafite a esperança de uma boa campanha após início forte no Campeonato Brasileiro. Mas o que era carrossel virou abóbora: o técnico Milton Mendes foi demitido, o time entrou em declínio e o time cobra-coral foi o primeiro rebaixado para a Série B de 2017.
Santa Cruz faturou Pernambucano e Copa do Nordeste, mas foi primeiro rebaixado da Série A (Foto: EDITORIA DE ARTE)Chapecoense
Um dos poucos casos de sucesso no Estadual que se repetiu no segundo semestre de 2016. Semifinalista da Copa Sul-Americana e na nona colocação do Campeonato Brasileiro, a Chapecoense conseguiu capitalizar a empolgação de bater os grandes do estado em boa performance no segundo semestre. Pedra no sapato dos grandes no Brasileirão, o Verdão do Oeste fez mais uma temporada regular na Série A e já deixa para trás o estigma de time menos tradicional da competição.
Fortaleza
O bicampeonato estadual fez o torcedor do Fortaleza acreditar que em 2016 a história seria diferente. Desde 2010 na Série C, o Leão havia batido na trave em três oportunidades de voltar à Série B. A esperança estava nos pés da equipe que não deu chances para os rivais no Cearense e ainda fazia boa campanha na Copa do Brasil. Mas mais uma vez, decepção. Diante de um Castelão lotado, o time de Hemerson Maria não conseguiu bater o Juventude e ficou nas quartas de final da Terceirona.
Título cearense empolgou torcida, mas Fortaleza morreu na praia na Série C (Foto: EDITORIA DE ARTE)Goiás
Rebaixado para a Série B de 2016, o Goiás começou a temporada se reestruturando para voltar aos grandes dias. O Esmeraldino começou bem a temporada, eliminando o rival Vila Nova na semifinal antes de bater o Anápolis na decisão, levando o bi do Campeonato Goiano. Mas após campanha irregular na Série B, nem a volta do ídolo Walter foi capaz de fazer o clube brigar pela volta à primeira divisão. Hoje 14º colocado, a equipe parou no meio da tabela após se livrar do perigo de rebaixamento mas ficar sem chances de G4.
Internacional
O Inter começou o ano conquistando o hexacampeonato do Gauchão sobre o Juventude. De quebra, o arquirrival Grêmio sequer chegou à decisão e aumentou o jejum de títulos para seis anos. O início no Brasileirão também foi bom, mas a queda técnica e a troca constante de treinadores derrubou a equipe para a parte de baixo da tabela. Há duas rodadas do fim, o Colorado está na 17ª posição, na zona de rebaixamento, três pontos atrás do Vitória. O descenso seria o primeiro da história do clube.
Vasco
O bicampeonato estadual não chegou a empolgar o torcedor vascaíno, que tinha a difícil disputa da Série B na sequência. Com a permanência do técnico Jorginho e do time que fez bom returno em 2015, o Vasco esperava um segundo semestre sem sustos na segundona. E o que parecia ser um caminho tranquilo após longa invencibilidade virou desespero: na quarta colocação, o clube de Eurico Miranda precisa vencer o Ceará em casa para voltar à Série A em 2017, algo inimaginável meses atrás. O Cruz-Maltino, talvez, seja a prova cabal de que as glórias caseiras não refletem mais o sucesso à nível nacional.
Após vencer o estadual pela segunda vez, Vasco pena para voltar à Série A (Foto: EDITORIA DE ARTE)Vitória
Após dois anos sem vencer o Campeonato Baiano, o Vitória levou a melhor na decisão, impedindo o tri do arquirrival Bahia. O 28º título do Leão empolgou a torcida rubro-negra, mas o clube não engrenou na temporada. No Brasileirão, mesmo com o atacante Marinho entre os principais jogadores da competição, o Rubro-Negro é o 16º colocado e ainda luta contra o rebaixamento para a Série B, há três rodadas do fim.
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